segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Maior desejo...

Trinta e dois anos... Vivi mil coisas... Sobrevivi a algumas... Morri por outras... Ressuscitei inúmeras vezes Acreditei, desacreditei, acreditei e busquei... Me feri irreversivelmente cicatrizei, porém a marca ficou... Me olho no espelho e sempre a vejo, antes com lágrimas, mas hj apenas com um aperto no peito. Se perdoei? Não vou mentir... eu até tentei... Na verdade é muito difícil deixar pra trás... Vai e volta... volta e vai... Vivi até os sete, meu número da sorte... Depois disso não me lembro de momentos de paz... Lembro apenas de uma menina que tentou viver sua infância mesmo que fosse sozinha ela só queria viver... Lembro de um balanço de madeira era o que me fazia voar pra bem longe dali Era fechar os olhos e sorrir... Lembro de um barril, na época, do meu tamanho, lembro de uma casa acimentada acima de patos e pintinhos era onde eu conversava com meus amigos imaginários Eram minha companhia. Lembro de Natais repletos de surpresas, de páscoas repletas de chocolates... brinquedos e chocolates para anestesiar... brinquedos e chocolates me abraçavam... Lembro do mar... lembro de castelos na areia... Eu e minha imaginação sempre caminhávamos juntas... Tive muitas coisas... Não senti muitas coisas... Cresci, acreditei, frustrei, decepcionei... Reflexos da solidão... Sempre acreditei na bondade, mas hoje, hoje não sei mais o que é isso Sempre acreditei no amor, mas hoje, hoje não sei mais o que é isso A vida me fez assim Provas? Expiações? Karma? Não sei. Se for, penso que reprovei. minhas esperanças se esgotaram. Pessimista? Talvez... Apenas uma vida vazia de amor, de marcas por todo o corpo. Não penso em desistir, jamais. Isso só me fez mais próxima de Deus. Com ou sem esperança, espero só Nele. Espero mais feridas, mas espero cicatrizes. Espero reaprender a amar... Espero um filho. É... um filho me ensinaria tudo que não tive. Um filho me ensinaria a entender tudo o que não tive. Hoje, confesso, meu maior desejo. Espero um dia ler essas palavras com ele nos braços... E ver que tudo, tudo valeu a pena.

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