E assim nasce esse blogger... "Depois de todas as tempestades e naufrágios, o que fica de mim e em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro." [Caio F.]
sábado, 25 de fevereiro de 2012
A todas as mães que são anjos anônimos e abençoados na multidão. E em especial, a minha mãezinha Sonia Carolino, a quem devo pelo grandioso exemplo inspirando hoje, minha própria atitude.
Mãezinha querida:
Eu sei que você me recebeu com a alma em festa, vestida de sonhos e
esperanças.
Em momento algum lhe passou pela mente que o fato de eu não lhe
pertencer à carne pudesse alterar o nosso infinito amor.
Eu venho de regiões ignotas e dos tempos imemoriais do seu passado, no
qual estabelecemos estes vínculos de afeto imorredouro...
Foi necessário que nós ambos nos precisássemos, na área da ternura,
impedidos, porém, de nascer um da carne do outro, por motivos que nos
escapam, a fim de que outra mulher me concebesse, entregando-me a você.
Ela não se deu conta da grandeza da maternidade; não obstante, sou-lhe
reconhecido, pois que, sem a sua contribuição, eu não teria recebido este
carinho de mãe espiritual saudosa, nem fruiria da sua convivência luminosa,
graças à qual eu me enterneço e sou feliz.
Filho adotivo!
Quantas vezes me golpearam com azedume, utilizando essas palavras!
O seu amor, todavia, demonstrou-me sempre que a maternidade do coração
é muito mais vigorosa do que a do corpo.
Não há mães que asfixiam os filhinhos, quando estes nascem? E outras,
não há, que sequer os deixam desenvolver-se no seu ventre, matando-os antes
do parto?
No entanto, quem adota, fá-lo por amor e doa-se por abnegação.
De certo modo, somos todos filhos adotivos uns dos outros, pelo corpo ou
sem ele, porqüanto, a única paternidade verdadeira é a que procede de Deus,
o Genitor Divino que nos criou para a glória eterna.
Mãezinha de adoção é alma que sustenta outra alma, vida completa que
ampara outra vida em desenvolvimento.
Venho hoje agradecer-lhe, em meu nome e no daqueles filhos adotivos
que, ingratos e doentes, pois que também os há em quantidade, não souberam
valorizar os lares que os receberam, nem os corações que se dilaceraram na
cruz espinhosa dos sofrimentos em favor da vida e da segurança deles.
Recordando-me da Mãe de Jesus, que a todos nos adotou como filhos, em
homenagem ao Seu Filho, digo-lhe, emocionada e feliz: Deus a abençoe,
mamãe, hoje e sempre!
[Amélia Rodrigues]
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